29 de mar. de 2011

Crianças e hipertensão


Problemas com a hipertensão arterial podem, no futuro, levar ao desenvolvimento de doença coronariana e doença renal crônica. Atualmente, cerca de 60% dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) são gastos com o tratamento de doenças ligadas ou decorrentes da hipertensão, tais como diabetes mellitus e doença coronariana, explica Maria Cristina de Andrade, médica pediatra da UNIFESP e nefrologista das Sociedades Brasileira de Pediatria e Brasileira de Nefrologia. Identificar a hipertensão arterial o mais cedo possível e controlar os fatores de risco é a melhor maneira de tentar inverter esse quadro.

Tipos de hipertensão

A hipertensão pode ser classificada em dois tipos, basicamente: a primária ou essencial – sem causa conhecida – e a secundária – onde se conhece o que a provocou. “As crianças apresentam maior propensão a desenvolver a hipertensão secundária, ou seja, aquela causada por uma condição de saúde específica, como um problema renal, endócrino ou cardíaco. Já nos adolescentes, a hipertensão primária é mais comum”, diz Andrade.

Entretanto, o aumento da incidência de obesidade no público infantil – 6 milhões de jovens brasileiros tem problemas com o excesso de peso – contribui para a instalação de diversas alterações de saúde, entre elas a hipertensão. Dados estatísticos (IBGE 2010) revelam que 34,8% das meninas entre 5 e 9 anos apresentam sobrepeso.

Muito sódio e gordura e pouca atividade física

Tanto a hipertensão quanto a obesidade infantil poderiam ser controladas se os fatores de risco associados recebessem maior atenção dos pais e dos professores nas escolas (ambiente onde as crianças, muitas vezes, passam a maior parte do dia).

O ideal é procurar diminuir a ingestão de comidas calóricas e muito salgadas – as chamadas junk foods, exageradas em sabor e riquíssimas em calorias vazias –, aumentar o tempo de atividades físicas e comer mais frutas e verduras (ao menos cinco porções diárias). “Para os adolescentes, evitar bebidas alcoólicas e o hábito tabagista, também é importante”, lembra Andrade.

Outro dado importante apontado pela especialista é estar atento aos rótulos dos alimentos industrializados – especialmente os biscoitos e salgadinhos – e saber o quanto de sódio e gordura se ingerem com esses produtos. A OMS recomenda ingestão de no máximo 2g de gordura trans por dia e as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA-2006) determinam a indicação da presença de gordura trans no rótulo. Devemos lembrar que é preciso ter atenção extra na hora de consultar esses rótulos: a lei desobriga a declaração de menos de 2 mg de gordura trans por 25 g do produto.

“No caso de crianças e adolescentes que, por estarem em fase de crescimento, podem consumir esses produtos em uma grande quantidade, essa rotulagem pode levar a uma ideia errônea de que eles estão ingerindo a quantidade adequada de gordura diária”, explica Andrade.

Importante lembrar, ainda segundo Andrade, que mesmo os adolescentes que acham que estão em dia com as atividades físicas podem estar correndo riscos. “Esses adolescentes, especialmente os que optam por exercícios de musculação, podem acabar consumindo uma quantidade extra de proteínas para adquirirem massa muscular de maneira rápida. Isso também pode sobrecarregar os rins, quando associado ao excesso de gordura e sódio.”

E é bom salientar: para controlar a hipertensão, recomendam-se exercícios, mas apenas os aeróbios. Exercícios anaeróbios – como os envolvendo treinos de sobrecarga, a exemplo da musculação – devem ser evitados caso haja alguma suspeita de pressão alta sem controle médico.

Hipertensão não tem sintomas claros

A hipertensão é um problema assintomático na grande maioria das vezes (exceção quando o problema tem causa endócrina, por exemplo). Isso não quer dizer que não cause problemas: rins, coração e olhos são os órgãos que mais sofrem com a pressão alta. O ideal, portanto, é que as crianças e os adolescentes sejam acompanhados constantemente e que os pais fiquem atentos aos conselhos dos médicos responsáveis.

“Além da mensuração rotineira da pressão arterial a partir dos 3 anos de idade, o que se recomenda é o monitoramento para a dislipidemia, ou seja, variações no colesterol bom para menos) e do colesterol ruim e dos triglicérides (para mais). Isso deve ser feito a partir dos 10 anos de idade em todas as crianças, e a partir dos 2 anos de idade, se houver história familiar de dislipedemia ou doença cardio-vascular” diz Andrade.

Alimentação adequada, exercícios e menos sal e gorduras

O que os pais devem fazer é ensinar os filhos a se alimentar de maneira adequada, explicando os problemas associados a uma má alimentação e os benefícios de certos alimentos e cobrar para que as escolas também proporcionem um ambiente favorável aos hábitos saudáveis.

“Deve-se também controlar o sal, evitando-se os alimentos industrializados e a adição do sal nos alimentos já prontos (sal da mesa). Os refrigerantes, por exemplo, contem sódio (especialmente os diet), sendo então mais aconselhável a ingestão de sucos, de preferência naturais. Gorduras precisam ser controladas, mas há gorduras ‘do bem’, como as encontradas nos azeites, peixes de águas frias e amêndoas, que ajudam na regulação do colesterol”, observa Andrade.

Além disso, diz a especialista, deve-se propiciar aos filhos atividades físicas ou esportivas diariamente (passeios familiares que incluam caminhadas, bicicleta, natação ou outras atividades recreativas), ao menos 30 a 40 minutos por dia. Todos estes fatores podem contribuir para uma vida mais saudável na infância e juventude proporcionando assim menos complicações da saúde na idade adulta.

Vício em exercícios - Vigorexia


A busca pelas academias de ginástica tem aumentado consideravelmente a cada dia, principalmente os jovens, em busca do corpo perfeito. As modalidades preferidas são: musculação, body pump e spinning.

Embora especialistas recomendem a prática de atividade física, é preciso prestar atenção aos excessos, tão prejudiciais à saúde.

Em casos extremos, o praticante pode desenvolver um transtorno que o faz se achar mais magro ou fraco do que é - enquanto seus músculos incham: a vigorexia.

A doença pode levar ao abuso de exercícios físicos, provocando lesões irreparáveis. Entre as mais comuns estão as dores nas costas, as tendinites (joelho, ombro, patelares), inflamações articulares, estiramentos musculares, entre outros.

A vigorexia ainda pode levar ao uso indiscriminado de anabolizantes e vem sendo subdiagnosticada, conforme parecer de especialistas. E o mais grave: raramente portadores desse distúrbio procuram auxílio médico por não se sentirem doentes.

Em muitos casos, o vigoréxico só vai a um psiquiatra, quando é encaminhado por um cardiologista ou urologista, procurado para solucionar problemas causados por uso de esteroides.

Diante da dificuldade de diagnóstico e a rápida expansão da quantidade de vigoréxicos, testes vem sendo propostos para avaliar o risco de se desenvolver o problema.

Parte dos frequentadores de academias almeja exibir um corpo perfeito e investe alto em dietas e suplementos. A má orientação, em algumas dessas situações, os leva para o caminho dos anabolizantes.

É importante que os praticantes estejam atentos a detalhes como a frequência dos treinos e a autoavaliação no espelho. O exagero pode ajudar a pessoa a checar se há risco de desenvolver a vigorexia.

Esse teste não é diagnóstico, mas pode detectar comportamentos suspeitos e levar a pessoa a um especialista, mais habilitado para confirmar a ocorrência do distúrbio.

Pode-se dizer que a pessoa tem vigorexia quando a percepção do próprio corpo não corresponde à realidade. Mas é preciso procurar ajuda médica antes que surja algum problema no organismo. Sem exageros, a atividade física pode fazer muito bem à saúde.

28 de mar. de 2011

Chá ajuda a perder peso, diz estudo


Esqueça a dieta e as últimas tendências de exercícios. O segredo para queimar gordura pode ser tão simples como sentar-se com uma bela xícara de chá.

Cientistas japoneses descobriram que o chá contém níveis elevados de compostos que combatem a absorção de gordura. Esses compostos impediram o ganho de peso em ratos com uma dieta rica em gordura, como relatou a revista Nutrition.

Entretanto, há um detalhe: sem leite ou açúcar no chá.

As proteínas do leite de vaca não apenas neutralizam a capacidade de combate à gordura chá, como também suas propriedades bloqueadoras de colesterol. Isso significa uma má notícia para os britânicos. Segundo o Daily Mail, das 165 milhões de xícaras de chá consumidas por dia, 98%  são acompanhadas de leite.

Um estudo anterior descobriu que o chá branco, especificamente, pode combater a obesidade. O estudo realizado por uma empresa alemã de alimentos saudáveis ​​em 2009 descobriu que o chá branco chinês reduz o crescimento de novas células de gordura e quebrou a gordura contida nas células existentes.

A importância do café da manhã


Um estudo da Universidade da Califórnia afirma que pessoas que tomam café da manhã saudável têm o Índice de Massa Corporal (IMC) menor do que as pessoas que não fazem a refeição, ou consomem muita gordura.

O organismo entende o jejum como uma situação de privação. Portanto, passa a economizar energia em forma de gordura para outros momentos de necessidade, como respiração, batimentos do coração e funcionamento do cérebro.

Pessoas que passam longos períodos de jejum acabam ingerindo mais tarde uma maior quantidade de calorias, tendo como consequência o aumento do peso. Tomar café da manhã todos os dias também auxilia no controle do apetite, diminuindo a ocorrência de uma compulsão alimentar.

24 de mar. de 2011

Quando a salada pode engordar

“A quantidade de calorias em uma salada pode aumentar consideravelmente quando se ingere tubérculos – como batata e mandioquinha – e complementos que dão sabor, como maionese ou o bacon, mas que contêm muitas calorias. Não podemos esquecer os óleos e molhos, que também elevam mais ainda o valor calórico”, diz Emília Ishimoto, pesquisadora e nutricionista responsável pela clínica de Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), em São Paulo.

Mas sem exageros quanto a essa afirmação, diz Ishimoto. Com exceção do bacon e da maionese, todos os outros citados são benéficos. As calorias dos tubérculos e do abacate – para quem gosta da fruta na salada – são bem-vindas, pois acompanham outros nutrientes, como vitaminas, minerais e gordura saudável (a do abacate, por exemplo, que é monoinsaturada). O ideal também é deixar os molhos de lado e investir no azeite.

“Para quem precisa controlar o peso e o sal, estes molhos industrializados não são recomendados, é melhor usar azeite de oliva (extravirgem), limão e um pouco de sal”, recomenda a nutricionista.

A salada ideal

De acordo com Ishimoto, o prato de saladas tem de ser bem variado em cores e em tipos de hortaliças. “A salada deve conter, sempre que possível, vegetais folhosos e plantas crucíferas, como rabanete, brócolis, repolho, couve, couve-flor e outros similares. A cenoura e o tomate também são importantes. Leguminosas, como soja e tremoço, são pouco populares, mas são excelentes acompanhantes de salada, tanto do ponto de vista sensorial como nutricional.”

E uma boa refeição deve começar com a salada. Isto porque ela é rica em fibras, o que aumenta a sensação de saciedade. Assim, a tendência é não exagerar na refeição. “Além disso, facilita a digestão, pois prepara o estômago aos poucos para o prato principal”, explica a especialista.

Bebidas durante as refeições: ingerir ou não?

A ideia geral é de que refeições acompanhadas de bebidas não são recomendadas. Ishimoto, entretanto, relativiza a questão. “Depende de cada caso. Algumas pessoas com certas condições de saúde – como a dispepsia e o refluxo – têm problemas. Nestes casos, as bebidas devem ser evitadas. Quem não tem nenhum problema pode consumir sucos que sejam ricos em vitamina C, pois irá aumentar a absorção do ferro contido na refeição, por exemplo.”

O cafezinho após a refeição é outra controvérsia que precisa ser ponderada. “Isto é uma polêmica – o problema seria um mineral, o cálcio. Mas segundo estudos recentes, a redução da absorção do cálcio pelo café é tão mínima que não chega a ser problema, desde que a pessoa tenha um consumo adequado deste mineral”, tranquiliza a nutricionista.

23 de mar. de 2011

Casca da laranja pode ajudar a emagrecer

Segundo a nutricionista do Hospital Hegaz de Obra Portuguesa de Assistência, Carolina F. Balieri, a pectina, fibra encontrada na casa do fruto, não é digerida e se transforma em um gel no intestino, dificultando a absorção de carboidratos, colesterol e lípídios em excesso.

Dessa forma, a substância evita o acúmulo de gordura e traz a sensação de saciedade por mais tempo.
"O ideal é ingerir de 25g a 30g de fibras por dia. As fibras permanecem no estômago e aceleram os movimentos do intestino".
Mas a especialista adverte que o produto tem que ser indicado por um nutricionista, caso seja tomado em cápsulas.

Ela lembra também que não é possível emagrecer somente tomando cápsulas das fibras.
"Nenhum alimento isolado tem a capacidade de fazer emagrecer sozinho".
Além da substância na casca, o bagaço também deve ser aproveitado. Ele ajuda a melhorar o trânsito intestinal e combate o colesterol ruim.

Musculação é segura para crianças

A musculação é segura e benéfica para os pequenos. É o que defende um estudo da American Orthopedic Society for Sports Medicine.

Durante muito tempo a pediatria foi contra crianças praticarem musculação. Dentre as objeções estava a justificativa de que exercícios com peso encurtavam seus músculos, atrapalhando o crescimento infantil. Entretanto, segundo o estudo, exercícios com aparelhos de musculação melhoram a coordenação e o desenvolvimento infantil. Um programa específico para crianças pode sim, segundo os cientistas, aumentar a força muscular delas. A prática também aumenta sua capacidade de resistência muscular localizada e, com isso, reduz o risco de lesões na prática recreativa e esportiva. Os responsáveis pelo estudo concluíram que as crianças que fazem musculação melhoram seu desempenho nas atividades físicas. O que o estudo observou é que uma vez bem conduzida, a atividade com peso poderá apresentar excelentes resultados em curto espaço de tempo. O recomendado é utilizar cargas leves que permitam um mínimo de seis repetições.